terça-feira, 25 de junho de 2013

Semana em Crítica - 20 de Junho

Monstros: A Universidade (2013), de 


Apesar de não ser um filme original, Monstros: A Universidade recupera alguma da energia que se julgava perdida desde as duas últimas produções da Pixar (Cars 2 e Brave). Especialmente porque proporciona-nos um reencontro com as personagens de Monsters, Inc (2001), em formato prequela. Mesmo não sendo um dos melhores filmes da companhia de animação, é um produto bastante sólido, coerente e divertido, que proporciona, especialmente no seu final, alguma surpresa. Isto porque não segue o caminho mais fácil, oferecendo uma espécie de "moral de história" mais realista que o esperado. Até lá ainda oferece alguma nostalgia em relação ao filme original, explicando a origem de certas personagens - mesmo que discretamente. Pena que lhe falte uma personagem como Boo, que garantia uma ternura em Monsters, Inc que aqui não existe. Mas se há algo a destacar será sobretudo a curta-metragem que antecede o filme: Blue Umbrella é um daqueles filmes doces e amorosos como poucos sabem fazer. Surpreende pela qualidade técnica (a técnica de animação foto-realista é magnífica), mas a história simples e bela é suficiente por si só. Uma estrelaUma estrelaUma estrela½ Tiago Ramos


WWZ: Guerra Mundial (2013), de 


Os zombies são uma causa tão boa como qualquer outra para colocar os seres humanos face a face com a sua própria destruição. Quer na escala de massas quer na escala individual, o melhor do filme é essa análise aos comportamentos de sobrevivência. Nos momentos de intimidade heróica - a tensão aplicada nas cenas dentro do complexo de vacinação - o filme rivaliza com o melhor que os filmes do género têm gerado em anos recentes mas é a ressonância de questões políticas actuais num futuro apocalíptico que deixam o público a pedir mais de tais ideias no lugar das cenas de acção - que além de esterilizadas (até no sangue) são visualmente incompreensíveis. A formatação dos eventos mundiais a uma estrutura narrativa conduzida mais linearmente deixa-nos a braços com um herói de acção saído da pré-reforma (auto-imposta) que é apenas semi-credível no meio do que se passa.
Nota final para o 3D, verdadeira armadilha financeira, pois em conteúdo "artístico" apenas vem adicionar outra causa à impossibilidade de focar qualquer momento da cenas de (agit)acção.  Uma estrelaUma estrelaUma estrela Carlos Antunes


Lore (2012), de Cate Shortland


Seguramente um dos melhores filmes que estrearam (estrearão) nas salas nacionais este ano, Lore surpreende pela forma cativante com que aborda o tema da Segunda Guerra Mundial, como julgávamos já não ser possível. Sempre com um olhar próximo das suas personagens, com um cuidado e sensibilidade únicas na direcção de fotografia, a câmara segue uma jovem adolescente e o seu processo abrupto de crescimento. Mas mais que um filme sobre o coming of age, é um olhar (mesmo que propositadamente distorcido) de uma jovem sobre a Alemanha Nazi, logo após o suicídio de Hitler. É um olhar de uma beleza severa, íntimo, numa espécie de fábula tragicamente séria, encabeçada pela magnífica descoberta de uma actriz como Saskia RosendahlUma estrelaUma estrelaUma estrelaUma estrela Tiago Ramos


Um Toque de Fé (2010), de Mark Ruffalo


Como primeiro trabalho de realização do actor Mark Ruffalo, Um Toque de Fé chega a ser um esforço admirável, especialmente pela ambição como conduz a narrativa. Especialmente porque apresenta um tema complexo, que entra no terreno da alegoria e sátira, de um modo corajoso, com um toque surrealista. Contudo, nem sempre desenvolve as personagens de um modo competente e dentro do seu tema da fé e cura, acaba por proporcionar alguns momentos bizarros. Especialmente porque raras vezes questiona a credibilidade do que apresenta de forma tão destemida. Uma estrelaUma estrela½ Tiago Ramos


Destino: Xangai (2012), de Daniel Hsia


Produção chinesa e americana, especialmente concebida para funcionar como uma espécie de postal turístico de Xangai para os americanos, apresentando-nos a cidade de um ponto de vista cosmopolita e desenvolvido. Apesar da sua previsibilidade dentro do género das comédias românticas - a génese da história desenvolve-se a partir do típico conflito de culturas e a comédia situacional que proporciona - tenta subverter os estereótipos entre chineses e norte-americanos, mesmo que nem sempre o faça de modo consistente. Tem contudo a sua energia e carisma, especialmente proporcionado pela prestação competente de uma actriz dedicada à comédia, como Eliza CoupeUma estrelaUma estrela Tiago Ramos

Sem comentários:

Enviar um comentário